ALERTA LIGADO: ETERNAMENTE PORTEIRO DA ZONA

Publicado às 20:00 deste domingo, 01 de novembro de 2025
(*) Pedro La Rocca

O Santos segue sendo, além de porteiro da zona, o segundo pior mandante do campeonato. Um cenário que é deliberadamente preocupante, mas que historicamente dificilmente aconteceu. Contra Vitória e agora Fortaleza, o Peixe acumulou apenas um ponto que chegou nesse domingo (01) contra o Leão do Pici. Barreiro abriu o placar no primeiro tempo e Bruno Pacheco (contra) decretou o 1x1 no confronto direto.

As mudanças de Vojvoda foram destacadas apenas no quesito posicionamento, porque em relação aos jogadores, foram duas trocas. Zé Rafael entrou na vaga de Alexis Duarte, desfazendo o esquema com três zagueiros. Além disso, Escobar aproveitou a suspensão de Souza para retornar ao 11 inicial.

A troca de posicionamento não teve a ver só com a defesa, que voltou a ter linha de quatro, mas também no restante, já que o treinador argentino adotou um tripé no meio-campo, para que Barreal e Rollheiser, dois armadores, fossem os pontas.

O que Vojvoda pensou inicialmente não deu certo. Se a ideia era dar profundidade com os laterais, Escobar não tem essa característica, enquanto Igor Vinicius nas tríades com Victor Hugo e Rollheiser. Mas eles não são máquinas para fazerem isso por 45 minutos com intensidade e muitomenos tem tamanha qualidade.

Os argentinos que foram escalados abertos são armadores, não tem o tal drible curto com objetividade que há tanto tempo eu peço neste e em outros espaços nos quais eu emito minha opinião.

Defensivamente, voltou a sofrer com algo recorrente nos últimos jogos - a bola aérea. Dos últimos seis jogos, em cinco o Peixe sofreu gols com origem nesse tipo de lance. Dessa vez Luan Peres perdeu para Barreiro no alto, que abriu o placar.

No primeiro tempo, o Santos assistiu o Fortaleza desenvolver seu futebol. Os nordestinos poderiam ter ido ao vestiário com uma vantagem maior no marcador, mas dessa vez o VAR foi favorável ao time da Vila. 

Destaca-se Breno Lopes que Adônis Frias dormirá tendo pesadelos com o ex-Palmeiras, tamanho incômodo que ele trouxe à defesa Alvinegra.

No intervalo, Vojvoda foi coerente com a maioria de suas alterações. Robinho Jr. e Arão foram destaques, Tiquinho não. O Menino da Vila fez com que o treinador adversário colocasse uma dobra de laterais, porque nem três jogadores davam conta dele. 

Apesar de não estar 100% maduro, tecnicamente não existe nenhum jogador com o refino e jogo de cintura do guri no ataque.

Conforme trouxemos no pré-jogo da transmissão da Energia 97FM, Neymar teria condições de jogar de 15 a 25 minutos e isso efetivamente aconteceu. Ele voltou após sete partidas e atuou por 24 minutos. O time nitidamente é outro com a presença do seu camisa 10. 

Sete minutos depois de sua entrada, serviu Adonís, que fechou o olho e contou com um desvio de Bruno Pacheco para marcar um verdadeiro gol espírita. 

Exceção à uma cabeça de Tiquinho aos seis minutos, Zé Rafael que contou com desvio logo depois e Neymar cobrando falta (com paradinha, o Alvinegro de Vila Belmiro levou pouco perigo ao gol adversário por jogadas construídas - sempre na base da pressão.

Ser eternamente porteiro da zona vai ser comemorável após o apito final da 38ª rodada, mas pagar para ver uma situação dessa é muito preocupante - como vimos em 2023. 

O ideal era o Peixe ter aberto uma gordura sobre Vitória e o próprio Fortaleza para chegar na sequência que vem pela frente com mais tranquilidade - mas isso não aconteceu. O Santos terá Palmeiras (duas vezes) e Flamengo num intervalo de 10 dias.

A chance de acontecer uma dança das cadeiras no Z4 é grande - e o Santos é um dos principais candidatos. 

A luta continua.

Mas além de luta, precisa da qualidade acima da média de Neymar. Da malemolência de Robinho. Da inteligência de Zé Rafael. Da experiência de Arão. Da jovialidade de Souza e Bontempo. E, evidentemente, dos milagres de "São Brazão".

FICHA TÉCNICA
SANTOS 1 X 1 FORTALEZA

Competição: Campeonato Brasileiro, 31ª rodada
Local: Vila Belmiro, Santos (SP)
Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Cartões amarelos: João Schmidt, Luan Peres, Adonís Frías e Lautaro Díaz (Santos) e Brítez e Pochettino (Fortaleza).

Gols: Adam Bareiro, aos 34’/1ºT (0-1), Adonís Frías, aos 28’/2ºT (1-1)

SANTOS: Gabriel Brazão; Igor Vinicius, Adonís Frías, Luan Peres e Escobar; João Schmidt (Willian Arão, no intervalo), Zé Rafael, Victor Hugo (Neymar, aos 22’/2ºT) e Rollheiser (Tiquinho Soares, intervalo); Barreal (Robinho Jr, no intervalo) e Lautaro Díaz (Guilherme, aos 29’/2ºT). 

Técnico: Juan Pablo Vojvoda

FORTALEZA: Brenno; Mancuso (Tinga, aos 35’/2ºT), Brítez, Gastón Ávila e Bruno Pacheco; Pierre (Pablo Roberto, aos 36’/2ºT), Lucas Sasha e Pochettino (Diogo Barbosa, aos 19’/2ºT); Herrera (Yago Pikachu, aos 19’/2ºT), Breno Lopes e Adam Bareiro (Moisés, aos 29’/2ºT). 

Técnico: Martín Palermo

Neymar e Adonís foram destaques, positivo e negativo, respectivamente

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - Fez apenas uma grande defesa aos 47 do segundo tempo. - 6,0

Igor Vinícius - O mais acionado ofensivamente no segundo tempo, mas sem muito perigo. Breno Lopes aproveitou-se muito do espaço que deixou nas costas. - 5,0

Adonís - Vai ter pesadelo com Breno Lopes por uma semana. O camisa 26 "deitou" em cima do zagueiro Santista. Apesar de tudo isso e das inúmeras falhas, forçou o gol contra que deu o empate ao Alvinegro. - 4,0

Luan Peres - Assim como seu companheiro teve seus momentos altos, de segurança e boa saída de bola, mas teve seu baixo, falhando no gol adversário. Zagueiro não pode perder daquela forma para o atacante. - 4,5

Escobar - Seu estilo de jogo não cabia na proposta Santista, porque precisava de profundidade. Apesar de sempre bem defensivamente, fica sem função quando o Alvinegro precisa propor jogo. - 5,0

Schmidt - Teve muito trabalho com Breno Lopes, que o pressionava a todo tempo. Não conseguiu dar velocidade ao ataque e foi bem substituído no intervalo. - 4,5

Zé Rafael - Novamente o melhor do time. Se o Peixe teve um único lance de perigo na primeira etapa sai dos pés dele, assim como um dos poucos milagres de Brenno na segunda e a falta que Neymar cobrou. Inteligência rara. - 7,0

Victor Hugo - Tem o refino técnico, mas ainda muito discreto. Penso que jogando como meia, como fazia na base, pode render mais. - 5,5

Rollheiser - Começou aberto pelo lado, mas o Fortaleza tinha mais a bola então começou a jogar mais por dentro. Perdeu gol incrível no início do jogo. - 4,5

Barreal - Como responsável pelo drible e/ou velocidade não vai render nunca. Assim como o seu companheiro argentino, precisa do jogo apoiado, não em transição. - 4,5

Lautaro - No primeiro tempo teve apenas o trabalho de pressionar a defesa adversária e no segundo ficou sem função. - 4,0

Robinho Jr. - Deu outra cara para o Santos, porque tem o drible curto - característica rara no elenco. Podia estar cercado por três, quatro, mesmo assim se desvencilhava. Apesar de não estar maduro suficiente, é um talento raro que precisa ser lapidado. - 6,5

Tiquinho - Visivelmente não está bem fisicamente e isso tem interferindo na sua qualidade técnica, que existe, mas não corresponde aquilo que se espera de um camisa nove. - 4,0

Arão - Entrou para não sair mais. Bolas longas certeiras e bem na cobertura. Tem imposição física. - 6,5

Neymar - Voltou após sete jogos. Mesmo sem ritmo, o time melhorou e a atmosfera ficou diferente na Vila. Sai do camisa 10 o passe para o gol de empate. - 6,5

Guilherme - SEM NOTA

 (*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte. 

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