SOSSEGO PARA A PARADA

Publicado às 22:28 desta quinta-feira, 12 de junho de 2025
(*) Pedro La Rocca

Antes de ficar sem jogos por um mês, não existia outro resultado que interessasse ao Santos a não ser a vitória. Pode parecer uma frase óbvia, mas entrar na intertemporada dentro do Z4 seria catastrófico. Depois de 41 anos, o Alvinegro venceu o Fortaleza no Nordeste - nesta quinta-feira (12) por 3x2.

Barreal, Guilherme e Rollheiser marcaram para o Peixe, enquanto Pikachu, duas vezes de pênalti, marcou para os mandantes.

Um outro longo tabu também foi quebrado. O time da Vila voltou a vencer uma partida sem a presença de Neymar após exatos quatro meses e 11 dias. A última vez tinha sido no clássico contra o São Paulo pelo Campeonato Paulista.

Cléber Xavier decidiu manter Basso entre os titulares e fazer com que o retorno de Luan Peres fosse na vaga de Zé Ivaldo. Além disso, Rincón, por desgaste, começou no banco e Pituca foi titular como primeiro volante. Neymar, suspenso, deu lugar a Tiquinho Soares.

Os primeiros 10 minutos foram totais do time mandante. Apesar de ser esperado por jogar em casa, os Santistas ultrapassaram a linha de meio-campo uma única vez no período. Está claro que, com este treinador, a prioridade será o sistema defensivo. 

É desesperadora a saída de bola do Santos. Não tem aproximação e, por isso, os jogadores ficam a mercê dos chutões.

Mas como o futebol é a atividade mais imprevisível do planeta, o Peixe abriu o placar aos 14 com Barreal e ampliou aos 40 com Guilherme em jogada de lateral. Depois do primeiro go, o "Laion" deu espaço e o time resolveu colocar a redonda no chão.

Os 15 chutes dos nordestinos no primeiro tempo aconteceram, porque o Fortaleza encaixava quatro jogadores na linha defensiva do Santos e ficavam no mano a mano. Por isso, foram seis chutes bloqueados pela defesa visitante. Isso que, numa dessa, Deyverson acertou a trave.

O Santos se aproveitou dessa marcação adversária no segundo gol do Fortaleza, porque Tiquinho recebeu no pivô, sem cobertura, e com facilidade serviu o amado.

No segundo tempo, porém, Cléber Xavier quis colocar tudo a perder - o que não aconteceu no primeiro pelas individualidades e incompetência do lado rival. Ele colocou Zé Ivaldo como lateral-direito e voltou Escobar para a esquerda. 

Se não queria colocar Aderlan, que voltou recentemente de lesão muscular, colocasse Chermont, que é da posição.

Entre os minutos 70 e 73 o Santos sofreu o empate com dois pênaltis cometidos pelas alterações feitas pelo treinador. 

Ainda bem que existem jogadores talentosos do lado Alvinegro, porque senão a situação seria ainda mais periclitante. O gol de Rollheiser aos 91 minutos, com jogada individual maravilhosa pode ter sido um dos mais importantes da competição.

Chegar na intertemporada, com um treinador sem experiência e na zona de rebaixamento, sabendo que os próximos adversários são Palmeiras e Flamengo. 

A vitória passa por três nomes: Brazão, Zé Rafael e Rollheiser. Não posso dizer que um time que toma 30 finalizações e praticamente não passou do meio-campo, foi coletivamente aceitável. Individualmente eu tenho uma ou outra ressalva a fazer, mas a partir delas que o time voltou a vencer após a derrota para o Botafogo.

Que essa janela que está por vir seja mais importante para a diretoria tanto quanto será para Cléber Xavier, para que equilibrem mais o elenco e evitem um Zé Ivaldo na lateral, Escobar na direita etc.

FICHA TÉCNICA
FORTALEZA 2 X 3 SANTOS

Local: Arena Castelão, em Fortaleza (CE)
Árbitro: Paulo Cesar Zanovelli da Silva (MG)
Cartões amarelos: Rollheiser e João Schmidt (Santos) / Marinho, Zé Welison, Bruno Pacheco e David Luiz (Fortaleza)

GOLS: Barreal, aos 15' do 1ºT; Guilherme, aos 40 do 1ºT; Rollheiser, aos 46' do 2ºT (Santos) / Yago Pikachu, aos 25' e aos 28' do 2ºT (Fortaleza)

FORTALEZA:  João Ricardo, Brítez, David Luiz, Gustavo Mancha e Bruno Pacheco; Zé Welison, Martínez e Pochettino; Marinho, Breno Lopes (Lucca Prior) e Deyverson (Lucero).
Técnico: Juan Pablo Vojvoda

SANTOS: Gabriel Brazão; Escobar, João Basso, Luan Peres e Souza (Zé Ivaldo); Diego Pituca (Gabriel Bontempo), Zé Rafael (João Schmidt) e Rollheiser; Barreal, Guilherme e Tiquinho Soares (Thaciano).
Técnico: Cléber Xavier
Tiquinho deu sua terceira assistência na temporada

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS 

Brazão - Fez oito defesas e foi o principal nome do segundo tempo. - 8,0

Escobar - Sofreu menos em relação ao jogo do Botafogo, porque o Breno Lopes é destro e caía na perna boa do argentino. Curiosamente foi melhor na direita do que na esquerda, como jogou no segundo tempo. Cometeu um pênalti desnecessário. - 4,5

Basso - Marcou individualmente Deyverson quando o Fortaleza fazia jogo aéreo. Bloqueou dois chutes e fez seis cortes. - 6,0

Luan Peres - A saída de bola, que é coletivamente deficitária, cresce quando acontece pelo lado do camisa 14. Teve 15 ações defensivas, sendo nove cortes e teve 100% de aproveitamento no jogo aéreo. - 6,5

Souza - Jogou 45 minutos alegando dores na panturrilha. Participou pouco ofensivamente pela característica do time, mas defensivamente não comprometeu. 5,5

Pituca - Voltou a jogar bem por duas partidas consecutivas. As duas jogando com liberdade de posicionamento, porém contra o Fortaleza mais recuado. Teve 90% de aproveitamento no passe. - 5,5

Zé Rafael - Dono do meio-campo. Inteligente: quando o time mais sofreu no primeiro tempo, inclusive com bola na trave, cavou faltas importantes para esfriar o jogo. Ganhou nove de 12 duelos no chão. - 7,5

Rollheiser - Muito diferente tecnicamente falando. Nos lances de gol e assistência, estava jogando na dele - de meia-ponta. É um crime se esse rapaz ficar preso por dentro. Ele tem que jogar entre o meio e a ponta. Sejamos justos: finalizando e sendo objetivo é outro jogador. - 8,0

Barreal - Apesar do gol, não foi a melhor partida do argentino. Da maneira que o Santos joga, ele recebe muita bola de costas e não tem essa característica. Aqui vou ser repetitivo quantas vezes precisar. É meio-campo, tem que jogar de frente para o gol como aconteceu no seu tento. - 6,0

Tiquinho - O único passe redondo que recebeu, preparou a finalização para Guilherme. É um desespero ser centroavante nesse time. - 6,0

Guilherme - Marcou dois gols nos últimos três jogos. Não foi brilhante, mas foi importante taticamente, com três desarmes. - 6,5

Zé Ivaldo - Não tem como colocar culpa nele pelo pênalti, porque foi um lance muito rápido, mas em outras duas oportunidades poderia ser expulso e foi salvo por um impedimento e uma persistência do adversário. - 4,0

Thaciano - Matou pelo menos dois ataques promissores. Entrou como centroavante, mas com as entradas de Bontempo e Deivid ficou sem função. - 4,5

Bontempo - Dá uma outra qualidade para o meio-campo. Poderia ter entrado antes para fazer a manutenção da posse de bola. - 6,0

Deivid - Participou muito pouco do jogo. - SEM NOTA

Schmidt - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte. 

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