ANTES QUE SEJA TARDE

Publicado às 01:57 desta segunda-feira, 28 de abril de 2025
(*) Pedro La Rocca

Recalcular a rota, antes que seja tarde. São quatro derrotas em seis jogos no Campeonato Brasileiro, onde o Santos tem apenas uma vitória. O carrasco da vez foi o Bragantino - com requintes de crueldade da lei do ex. Deivid marcou seu primeiro gol oficial desde a volta, enquanto Sasha e Laquintana decretaram o triunfo adversário.

O interino César Sampaio promoveu três trocas no time titular. Léo Godoy deixou o time por opção técnica para que Luisão fosse improvisado como lateral-direito. Com problema no adutor, Barreal e Bontempo foram designados ao DM para as entradas de Veron e Pituca.

Soteldo, Neymar, Barreal e Bontempo. Todos fora por problemas musculares. Não chegamos nem na parada para o Mundial de Clubes no meio do ano. Muitas lesões por parte física em apenas seis rodadas do nacional. Preocupante.

Além das trocas de peças, Sampaio fez algumas mudanças de posicionamento. Zé Ivaldo voltou a jogar pela esquerda da zaga, Schmidt à direita no meio-campo e Guilherme, durante curtos minutos, atuou como ponta-direita - mas isso, repito, foi curtamente momentâneo.

A ideia do treinador interino em ter Luisão pela lateral-direita era inovadora, tendo em vista que o jogador de 21 anos, nos 60 jogos na carreira, nunca havia feito essa função. Mas durante o primeiro tempo, o jogador cumpriu bem a função.

Mas com 62 minutos, o zagueiro adaptado na ala, foi tentar um chutão e parou no bloqueio. A bola sobrou para Sasha que abriu o placar. Muito mais culpa do que o defensor, tiveram os companheiros, que não aproximaram para fazer a saída apoiada pelo lado e ele foi obrigado a tentar isolar - o que não deu certo.

Em duas paradas distintas após o gol, Sampaio fez mudanças condizentes com que o jogo pedia naquele momento. Trocou Luisão e Veron por Aderlan e Deivid, e na sequência deu chance para os meninos Hyan e Xavier, nas vagas de Pituca e Guilherme.

Os garotos, junto à experiência do defensor, conseguiram dar outra cara ao time, mas por pouco tempo, porque aos 82 minutos o sofrível Nacho Laquintana liquidou a fatura.

Já nos acréscimos Deivid conseguiu descontar, mas foi apenas o gol de honra para a primeira derrota Santista em Urbano Caldeira após três meses e cinco dias. A segunda em 2025.

Falar em trabalho sólido, ou de forma chamativa dizer que a demissão do treinador foi uma derrota para a instituição, já não cabem mais. 

Ter caído em 23 foi péssimo para a imagem do clube, mas deixou um aprendizado: existe um modus operandi para chegar naquela situação, a popular cartilha do rebaixamento - e o glorioso Alvinegro Praiano est seguindo-a à risca.

Naquele ano tentaram recalcular a rota tarde demais no segundo turno e deu no que deu. Agora, estamos avisando desde o Paulistão que poderia dar ruim em diversas áreas do clube - incluindo o elenco, que tem seus valores, mas é muito desequilibrado.

Além disso, na mesma sexta rodada, o Alvinegro somava 10 pontos e estava na sétima colocação à época. Hoje tem quatro e amargura a vice-lanterna na mesma altura do campeonato.

Não se pode sofrer 16 finalizações e sete terem origem na entrada da área e achar normal. É o caso isolado número 1000 na temporada. Vários jogos com o mesmo problema e na visão da diretoria não é necessário contratar um volantes mais rápido e com capacidade de preencher espaços.

Agora dizer que Sampaio não tem mais respaldo vai ser muito fácil, mas ninguém lá de dentro irá colocar na mesa a coragem, que os últimos dois treinadores não tiveram, de colocar os meninos para jogar. Vão falar muito menos de ter três laterais no elenco e quem joga é um zagueiro improvisado, porque não há equilíbrio.

Isso que eu não coloquei o fato de Rollheiser não ser camisa 10 de origem, mas sim meia-ponta pela direita. Além da qualidade técnica, no quesito posicionamento Neymar também é insubstituível - porque não há ninguém no elenco que faça essa função.

No domingo (04), o Peixe vai ao sul para realizar partida de seis pontos contra o Grêmio, mas antes reencontra a Copa do Brasil na vila, estreando na quinta-feira (01) contra o CRB.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 1 X 2 RED BULL BRAGANTINO


Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Cartões amarelos: Andrés Hurtado, Sasha, Guzmán, Vinicinho (Red Bull Bragantino); Diego Pituca, Rollheiser (Santos)
Público: 7.679 torcedores.
Renda: R$ 348.835,00

Gols: Eduardo Sasha, aos 17 do 2ºT, e Laquintana, aos 37 do 2ºT (Red Bull Bragantino); Deivid Washington, aos 49 do 2ºT (Santos).

SANTOS: Gabriel Brazão; Luisão (Aderlan), Zé Ivaldo, Gil e Escobar; João Schmidt, Diego Pituca (Hyan) e Rollheiser (Luca Meirelles); Gabriel Veron (Deivid Washington), Guilherme (Mateus Xavier) e Tiquinho Soares.
Técnico: César Sampaio

RED BULL BRAGANTINO: Cleiton; Andrés Hurtado (Laquintana), Pedro Henrique, Guzmán e Juninho Capixaba; Gabriel (Fabinho), Eric Ramires (Matheus Fernandes) e Jhon Jhon; Vinicinho, Lucas Barbosa e Sasha (Pitta).
Técnico: Fernando Seabra

Guilherme chegou a nove jogos de jejum
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - Fez um primeiro tempo maravilhoso, com dois milagres, mas preciso ser justo - ele falha feio no segundo gol. Uma bola forte, porém no meio do gol. Poderia ter dado a manchete do vôlei. - 5,5

Luisão - Seguro no primeiro tempo, mas perde a bola que origina na abertura do placar. Volto a dizer, para mim têm muito mais culpa os companheiros que não se aproximaram. - 5,0

Gil - Demora para chegar em Sasha no primeiro gol, pois não tem velocidade. - 4,5

Zé Ivaldo - Jogando na esquerda perde em capacidade de sair jogando. Também deu muito espaço para o ex-Santos finalizar no primeiro gol. - 4,5

Escobar - Não foi brilhante defensivamente como em outros jogos, mas vou dar um desconto por Lucas Barbosa ser 20cm maior que o argentino. - 5,0

Schmidt - No jogo aéreo bem, mas sua função pede muito mais que isso e, com poucos atletas no corredor central, como o Peixe joga, não tem velocidade para cobrir espaços. - 4,0

Pituca - É mais participativo quando joga pela esquerda. Visivelmente sem confiança. Correu errado por diversas vezes, deixando um buraco no meio. - 4,5

Rollheiser - Está ficando mais próximo da forma física ideal, mas cansou no final do jogo. Precisa finalizar mais, como fazia no Estudiantes de fora da área, ainda hesita muito. - 5,0

Veron - Quando o Peixe marcava em bloco baixo no primeiro tempo, conseguiu dar duas escapadas, mas pecou nas finalizações. - 5,0

Tiquinho - Fez bem o pivô como de costume. Assim como Rollheiser, cansou na reta final. - 5,5

Guilherme - O ataque como um todo não foi abastecido, mas para um jogador que tocou 38 vezes na bola e perdeu 11 é preocupante. Além da fase de nove jogos sem marcar não ser boa, demonstrou desconfiança nessa partida. - 4,0

Aderlan - Voltou a atuar após nove meses e 21 dias. Deu uma assistência para finalização. - 5,5

Deivid - Marcou seu primeiro gol após o retorno à Vila. Entrou com personalidade. O mais produtivo do ataque Santista. - 6,0

Hyan - SEM NOTA

Xavier - SEM NOTA

Luca - SEM NOTA

(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte. 

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