DESNECESSÁRIO

Publicado às 22:20 desta quarta-feira, 28 de maio de 2025
(*) Pedro La Rocca

Pelo momento que o clube vive no Brasileirão foi um amistoso completamente desnecessário contra o RB Leipzig - sétimo do último Campeonato Alemão. 3x1 ficou barato perto do que a equipe adversária tem de qualidade em comparação ao Peixe. Foi a terceira derrota do Santos em 25 jogos contra alemães. Hyan marcou para os brasileiros, enquanto Xavi Simons (duas vezes) e Openda marcaram para os europeus.

Cléber Xavier viajou sem seis dos seus principais titulares das últimas partidas: Brazão, Luan Peres, Souza, Rincón, Zé Rafael e Guilherme. As mudanças foram tantas, que o meio-campo teve Rollheiser e Bontempo, sendo que o menino era responsável pela contenção.

O time Santista iniciou com: João Paulo, Chermont, Zé Ivaldo, Luisão e Escobar; Bontempo, Rollheiser e Neymar; Barreal, Thaciano e Tiquinho.

Os alemães dominaram a partida do início ao fim. Simons, que ditou o ritmo, se posicionava como meia-ponta pela esquerda e começou buscando o passe para um dos centroavantes ficar no mano a mano. Até 15 minutos o Alvinegro sustentou.

O gol sofrido, porém, é injustificável. Jogada de escanteio curto, onde o adversário colocou três atletas no mesmo setor e o Santos um. Simons acertou um bonito chute com desvio e matou João Paulo.

Xavier chegou ao seu sétimo jogo com problemas na criação de jogadas. Longe de mim querer defender Caixinha, mas pelo menos o time produzia algo. Com 33 minutos Santos chegou com perigo após passe genial de Neymar e aos 43 Zé Ivaldo acertou a trave. É um cemitério de ideias.

Como diria Cazuza, professor X: "Suas ideias não correspondem aos fatos". Será que com esses jogadores do meio para frente, com qualidade técnica superior à presença física, não seria mais inteligente jogar com quatro no meio-campo para deixar Neymar e Rollheiser mais livres?

Sem contar o fato de marcar da mesma forma que 90% dos técnicos brasileiros: duas linhas de quatro, bloco baixo e espera pelo contra-ataque. É o básico jogar para não perder e ganhar se der.

A volta para o segundo tempo contou com metade do time diferente e o jogo se encerrou com o treinador Santista realizando 11 mudanças: João Paulo (Diógenes), Chermont (Godoy), Luisão (Alencar), Basso e Kevyson; Pituca, Bontempo (Kenay) e Hyan; Verón, Deivid e Tiquinho (Padula).

Com 63 minutos, o jogo tinha acabado. Openda marcou aos 58 e cinco minutos depois Simons ampliou.

Uma das poucas das boas notícias que o Santos teve no segundo tempo foi o gol de Hyan, aos 69 minutos. Apesar de não ser meia, mostrou aquilo que sabe fazer de melhor - pisar na área como elemento surpresa.

Além disso, a participação de Neymar por 46 minutos, dando conta que ele possa ser titular nas próximas partidas e decisivas pelo Brasileiro. É o resquício de criatividade num marasmo de ideias.

Agora voltemos à realidade, porque ela é dura. A culpa de ter defendido essa aberração que só mancha a imagem do clube pelo resultado que já era esperado, eu não carrego. Domingo (01), às 16h, Vila Belmiro, contra o Botafogo a primeira final. Dia 12, contra o Fortaleza e depois para para o Mundial de Clubes. Uma única meta: estar fora da zona de rebaixamento.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 1 X 3 RB LEIPZIG

Local: Estádio Cícero de Souza Marques, em Bragança Paulista (SP)
Árbitro: Daiane Muniz
Cartões amarelos: Luisão, Escobar (Santos)

GOLS: Hyan, aos 24 do 2ºT (Santos); Xavi Simons, aos 14 do 1ºT e aos 18 do 2ºT (RB Leipzig)

SANTOS: João Paulo (Diógenes), JP Chermont (Leo Godoy), Luisão (João Alencar), Zé Ivaldo (Basso) e Escobar (Kevyson); Gabriel Bontempo (Kenay), Rollheiser (Diego Pituca) e Neymar (Hyan); Thaciano (Veron), Tiquinho Soares (Padula) e Barreal (Deivid)
Técnico: Cleber Xavier

RB LEIPZIG: Vandevoort (Zingerle); Nedeljkovic, Bitshiabu (Norbye), Orban (Geertruida), Raum (Voufack); Kampl (Baku), Seiwald (Vermeeren), Baumgartner (Walther); Xavi Simons (Langsteiner), Openda (Ramsak) e Nusa (Ouédraogo)
Técnico: Zsolt Lőw
Neymar voltou a atuar por 45 minutos

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

João Paulo - Falhou no terceiro gol, mas precisa ser colocada em discussão sua falta de ritmo de jogo. - 5,0

Chermont - Teve muito mais influência do que Godoy, ainda mais pela dificuldade de marcar o craque Xavi Simons e em determinado momento sem uma dobra de marcação. Apesar do holandês ter feito o primeiro gol, o time estava injustificavelmente desarrumado em jogada de bola parada. - 6,0

Zé Ivaldo - Não vou colocar a fragilidade defensiva do time em cima da zaga, porque não tinha um volante de marcação. - 5,5

Luisão - Apesar da falta de confiança nos últimos jogos, isso não aconteceu com o zagueiro, que atuou pela esquerda, lado que não está acostumado. Bem na saída de bola. - 6,0

Escobar - O Leipzig jogou muito mais pela esquerda do seu ataque. Sofreu quando o Nusa caía pelo seu lado. Fez uma das poucas subidas do Peixe pelo seu lado. - 5,0

Bontempo - Visivelmente desconfortável em atuar como primeiro volante. Perdeu várias posses que não são do seu feitio. Quando pulava uma linha, conseguia desempenhar melhor, mas isso pouco aconteceu. Completamente fora de posição. - 5,0

Rollheiser - Assim como Bontempo, estava fora de posição. Não tem capacidade de marcação para ser segundo volante, ainda mais com dois jogadores por dentro. - 5,0

Neymar - Ainda não está com o ritmo de jogo ideal, mas é o que sobra de criatividade numa pobreza de ideias. Deixou Tiquinho na cara do gol na primeira jogada de perigo do Peixe. - 6,0

Thaciano - Diria que o Santos jogou com um a menos, porque toda bola que chegava no camisa 16, o time perdia a bola. - 3,5

Tiquinho - Teve apenas uma oportunidade com condição de finalizar, após lançamento de Neymar. Pouco participativo. - 5,0

Barreal - Começou na esquerda, mas precisou inverter para ajudar Chermont na marcação. Produziu pouco na frente. - 4,5

Kevyson - Jogador de muita força. Com essa característica deu a assistência para o gol do Santos. - 5,5

Deivid - Perdeu uma grande oportunidade dentro da área. Para o centroavante é desesperador jogar num deserto de ideias. - 5,0

Pituca - Começou dando dinâmica como primeiro volante, depois o Santos abdicou da bola. Pode se dar melhor nessa posição do que mais avançado. - 5,5

Hyan - Não é meia, mas mostrou sua principal característica - pisar na área. Rende melhor como segundo volante. - 6,0

Verón - Bem na tomada de decisão para dar a pré-assistência do gol. Não recompõe nem por decreto. - 5,0

Basso - Foi pouco exigido. Não falha diretamente nos gols e depois o Leipzig tirou o pé. - 5,0

Padula - Estreou no profissional. Estava nervoso, mas normal para quem começou hoje no time de cima. - 5,0

Godoy - Simons apareceu nas costas do lateral para marcar o terceiro gol. - 4,5

Kenay - SEM NOTA

Alencar - SEM NOTA

Diógenes - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte. 

0 Comentários

BAIXE O MEU APLICATIVO

Acesse o Quentinhas do Quintino e fique sabendo tudo sobre o Peixe em tempo real.