DE DESACREDITADO A FINALISTA

Publicado à 01:53 desta quinta-feira, 28 de março de 2024
(*) Pedro La Rocca

Para lavar a alma e recuperar a honra de um torcedor que tanto se machucou pelos anos passados. Hora de olhar para frente, porque o Santos venceu o Bragantino por 3x1, na Neo Química Arena, e é o primeiro classificado à final do estadual. Joaquim, Guilherme e Giuliano marcaram os gols do Peixe, enquanto Sasha guardou para a eqiuipe do interior.

Após oito anos, o Alvinegro mais famoso do mundo volta à final do estadual. 

O lado direito estava defasado. Carille não tinha Aderlan e Otero. O treinador fez "o simples" e os substituiu com Hayner e Pedrinho, respectivamente. 

Foi sofrido para conseguir a classificação. O time de Carille não fez a partida perfeita, mas conseguiu ser mais efetivo do que seu adversário.

Joaquim se aproveitou da sua melhor valência - a bola aérea - e subiu mais alto do que todos para abrir o placar, aos sete minutos. Para acordar os 44 mil torcedores presentes na Neo Química Arena - o recorde na temporada. 

"Se o Santos puder fazer essa definição antecipada (escolha do estádio da final), vai mais uma vez prestigiar (o torcedor) e jogar em São Paulo", disse Marcelo Teixeira na zona mista, em Itaquera

Guilherme ampliou o placar aos 45 minutos. Pedrinho venceu o um para um contra Juninho Capixaba, Furch atraiu a marcação e o camisa 11 tocou no contra-pé do goleiro Cleiton.

O Bragantino dominou as ações do primeiro tempo, mas o Peixe foi quem conseguiu ser mais efetivo.

A maior dificuldade do Santos foi em encaixar a marcações nas movimentações do time de Pedro Caixinha. O mapa de calor dos atletas visitantes é algo impressionante. Ninguém guarda posição quando se tem a bola no pé.

Carille até conseguiu ajeitar isso para o segundo tempo, porque o Bragantino voltou num 4-2-4, mas demorou a dar certo, porque Sasha, da entrada da área, aproveitou que Schmidt e Pituca saíram para caçar o lado direito e acertou um chute na gaveta.

Forte psicologicamente, o gol aos cinco minutos fez o Santos acordar para a etapa final e 12 minutos depois Giuliano fechou o caixão do Bragantino. Os visitantes tentaram sair em velocidade, Hayner desarmou, Pedrinho cruzou e o camisa 10 cabeceou.

Com apenas 34% de posse de bola, o Alvinegro deu a bola ao time de Bragança e buscou os contra-ataques durante todo o jogo. Quando não precisa propor jogo, parece um leão o time agora finalista do estadual.

Volto a dizer, se tem algo que Carille precisa ajeitar, é a organização das coberturas principalmente no meio-campo. Das 23 finalizações do Bragantino, 17 foram de fora da área. Sorte de João Paulo, que apenas Sasha foi eficiente.

Com apenas 10 finalizações, o Santos acertou o alvo em seis oportunidades (60%). O Bragantino, apenas três vezes (13%).

Uma equipe com menos de três meses de trabalho, recém rebaixada, com nova diretoria, 14 contratações (sem contar Rodrigo Ferreira) e viu a sua torcida a carregar no colo até essa improvável final. 

Essa semi-final provou que camisa pesa sim nos momentos decisivos. Mas não só isso. Se eu critiquei, na partida da primeira fase contra o mesmo adversário, a média de idade Alvinegra, agora a experiência se fez importante. O time de Pedro Caixinha tinha apenas Sasha acima dos 30 anos. Já o Santos, Gil, Schmidt, Pituca, Giuliano e Furch. 

De desacreditado à final. 

Que venha o Palmeiras. Que venha o Novorizontino.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 3 X 1 RED BULL BRAGANTINO

Local: Neo Química Arena, em São Paulo (SP)
Árbitro: Matheus Delgado Candançan
Cartões amarelos: Matheus Fernandes e Eduardo Sasha (Red Bull Bragantino)
Cartões vermelhos: Hayner (Santos)
Público: 44.804 torcedores
Renda: R$ 3.042.965,00

GOLS: Joaquim, aos 8' do 1ºT , Guilherme, aos 45' do 1ºT e Giuliano, aos 17' do 2ºT (Santos); Eduardo Sasha, aos 5' do 2ºT (Red Bull Bragantino)

SANTOS: João Paulo; Hayner, Gil, Joaquim e Felipe Jonatan; João Schmidt, Diego Pituca (Rincón) e Giuliano (Cazares); Pedrinho (Weslley Patati), Guilherme (JP Chermont) e Julio Furch (Morelos).
Técnico: Fábio Carille

BRAGANTINO: Cleiton; Nathan, Lucas Cunha (Bruninho), Luân Candido e Juninho Capixaba; Jadsom, Matheus Fernandes (Mosquera) e Eric Ramires (Gustavinho); Helinho (Talisson), Vitinho (Thiago Borbas) e Eduardo Sasha.
Técnico: Pedro Caixinha
O time é um com ele e outro sem ele

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

João Paulo - Sem culpa no gol. Bem com os pés, sempre buscando Furch no pivô. - 6,0

Hayner - Foi com muita sede ao pote e, infantilmente, foi expulso. Prejudica o clube para o futuro. - 4,5

Gil - Inverteu o lado com Joaquim e foi para a esquerda. Muito seguro e sempre soberano pelo alto. - 6,0

Joaquim - Pouco foi exigido defensivamente, apesar da pressão do adversário. Testou com muita força para abrir o placar. Pelo alto, é JoaKing.

Felipe Jonatan - Não vinha bem, mas cresceu nessa semi-final. Venceu seis dos nove duelos que disputou. Helinho pouco jogou, mesmo que às vezes o lateral não recebia a dobra de marcação. - 7,0

Schmidt - Não tem jogado bem. Fez quatro faltas que não costuma cometer. A classe das primeiras rodadas, não apareceu. - 5,0

Pituca - Um monstro, principalmente na etapa final. Evidente que tem parcela da culpa em relação aos espaços na entrada da área, mas "carregou o piano" como poucos. - 7,5

Giuliano - Nem precisa tocar muitas vezes na bola para vermos que é diferente. Não é coordenador, mas é um meia-atacante. Chegou a quatro participações em gols, em cinco jogos disputados. - 7,5

Pedrinho - Bem na tomada de decisão. Recompensado com duas assistências. Participou pouco, mas foi efetivo. - 7,0

Furch - Não fez gol, não finalizou, mas foi muito bem. É uma alternativa para a defesa dar a bola longa. Muito inteligente. - 6,5

Guilherme - Bem para puxar as transições. Foi bem melhor no um para um. Marcou o segundo gol. - 7,0

Patati - Importante reserva. Tem sido o 12º jogador de Carille. Foi praticamente assistente de lateral. - 6,0

Cazares - Mal fisicamente. Puxou um contra-ataque em que estava a alguns metros a frente de Capixaba e perdeu. - 5,0

Morelos - SEM NOTA

Chermont - SEM NOTA

Rincón - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e repórter no Esporte por Esporte.

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